Histórico
Paróquia de Santana
A Paróquia de Santa Ana compõe-se dos seguintes municípios de alagoa Nova e Matinhas, situadas na microrregião do Brejo da Paraíba distante 30 km de Campina Grande, sede da Diocese da qual faz parte. Compreendendo uma área de 160,37 km2 e tendo uma população segundo o censo de 2000 de aproximadamente 25,000 hab. A Paróquia de Santa Ana está organizada em Comunidades, tendo, aproximadamente 32 comunidades. Agrupadas em 7 setores missionários, temos 13 capelas construídas e estamos construindo mais duas.
* Temos os seguintes setores Missionários;
■Setor: Matinhas
■ Setor: Gameleira
■ Setor: Boa Vista
■ Setor: Geraldo
■ Setor: Urucu
■ setor: São Tomé
A Freguesia
Consta do tratado do inventario do capitão de Abreu Tranca (72) que em 1798, o padre João Barbosa de Góes celebrou uma missa, na capela de Alagoa Nova, em intenção da alma do extinto. O Padre João Barbosa de Góes foi o 3º vigário da freguesia de Campina Grande e exerceu seu paroquiato no período de 1790 a 1791. Renunciou as funções de vigário, mas continuou residindo em Campina Grande.
O Padre Antonio Ferreira da Luz , o 4º Vigário de Campina Grande, durante seu paroquiato solicitou ao Bispo Dom José Joaquim Azevedo Coutinho, no que foi atendido, que a capela já existente a seis léguas ao nordeste de Campina Grande, no coração do Brejo, fizesse jus a invocação de Santa Ana.
Frei Joaquim da Santíssima Trindade, o 11º vigário de Campina Grande solicitou e obteve a licença para construir uma capela sob a invocação de São Sebastião no sitio Lagoa de Roça, em campinote. O doador do patrimônio foi o onomástico do padroeiro, Sebastião José de Araújo. O incipiente povoado teve inicio em torno de 1832.
Requereu o Padre Graciliano Leitão, ao Bispo da Diocese de Olinda, depois de detalhada exposição, o desmembramento da freguesia de Campina Grande , coma criação da paróquia de Santa Ana de Alagoa Nova. A Capela de São Sebastião, em Lagoa de Roça, passaria a integrar a nova freguesia (UCHÕA, 66, p44-47).
Pela lei nº6, de 22 de fevereiro de 1837- Basílio Quaresma Toreão. Presidente da Província da PARAÍBA: Faço saber a todos os seus habitantes que a Assembleia Legislativa decretou e eu sancionei a lei seguinte:
Art.1º. – Fica Erecta em freguesia a capela de Santa Ana na povoação de Alagoa Nova, termo de Campina Grande.
Art.2º. – A Nova Freguesia de Santa Ana Compreende os detritos de paz de Alagoa Nova e São Tomé.
Art.3º. – O PÁROCO perceberá a côngrua marcada na lei de 156 de novembro de 1813, e os mesmos emolumentos que percebe o pároco da freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Campina Grande, de que é desmembrada a nova Freguesia.
ARt4º. – Esta Freguesia não será provida sem que primeiro conste ao Bispo Diocesano, que na sobredita capela existem os paramentos necessários para a decente administração dos Sacramentos
Art.5º. – Ficam revogadas as leis e disposições em contrario Mando, portanto a todas as autoridades a quem a execução da referida lei, pertencer que a cumpram e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nela se contém .
O Secretario desta Província a faça imprimir, publicar e correr. Palácio do Governo da Província da Paraíba do Norte, 22 de fevereiro de 1857, décimo sexto da independência e do império. Basílio Quaresma Torreão. (PINTO, 56, p140.).
O correu um intervalo entre a criação e a instalação da freguesia. O desmembramento foi aprovado e a instalação aconteceu em 5 de setembro de 1850. Era vigário de Campina Grande o padre José Ambrosio da Costa Ramos. O Padre Firmino de Melo Azevedo assina os assentamentos do primeiro livro de batizados da nova paróquia. Esses batistérios datam de 1850.
Em testamento datado de 1857, Francisco de Abreu Tranca (76) como ultima vontades recomenda aos testamenteiros que seu corpo seja sepultado na igreja de Santa Ana de Alagoa Nova e manda celebrar 20 missas por sua alma.
A determinação refere a igreja de Santa Ana, nos dando a impressão que já não existia a capela primeira de 1798.
Não havia livro de Tombo e não se encontram dados referentes a construção dessa primeira matriz. Em nossas buscas no CARTÓRIO Único de Alagoa Nova, encontramos informe, que constituem marcos para a história religiosa da freguesia. Existia , em 1860, a irmandade do Santíssimo Sacramento. Era seu procurador o tenente Galdino José Barros Brandão. É contemporânea da do Santíssimo a Irmandade de Nossa senhora do Rosário, sendo procurador o cidadão José Florêncio Gonçalves. A propriedade do Capim- Açu era patrimônio da paróquia de Santa Ana de Alagoa Nova, mas não conseguimos esclarecer o nome do doador nem a data. Não se precisa também o ano da construção da Igreja do Rosário.
Relação dos vigários da Freg8uesia:
Padre Firmino de Melo Neto (1850 a 1851)
Padre José Ambrosio da Costa Ramos (1851)
Padre Antonio Tancredo Teixeira (1852)
Padre Graciano de Sá Leitão (1853 a 1854)
Padre José Antunes Brandão de (1854 a 1904 -50 anos)
Padre Simão Fileto Patrício da Costa (Pró- pároco)
Padre Jerônimo César Falcão (24-03-1904)
Padre João Borges de Sales (07-03-1915)
Padre Joaquim Teolifo Agra (28-02-1919 a 30-09-1923)
Padre Severino Cavalcante Miranda (18-11-1923 a 12-09-1926)
Pedro Abdias Leal (12-09-1926 a 1932)
Padre Francisco Lima (25-09-1932)
Padre Manuel da Costa (11-11-1932)
Padre João Honório de Melo (19-11-1933 a 1937)
Padre José Borges de Carvalho (24-01-1937 a 1980)
Padre Moises Miranda (09-04-1981 á 09-08-1981)
Padre José Acirio de Medeiros (20-07-1981 a 03-05-1982)
Padre Clemente Bernardo Tresor de (03-05-1982 a 19-02-1984)
Padre Carlos Beylier ( 19-02-1984 a 10-01-1987)
Pe. Luiz Van Daeli de (10-01-1987 a 26-07-1988)
Pe. Lorildo Soares da Silva (07-08-1988 a 26-01-1997)
Padre Antonio Anchieta Cordeiro (05-04-1997 á 26-01-2002)
Padre Francisco de Assis Meira (27-01-2002 á_____)
Segundo informações do padre José Borges de Carvalho o padre José Antunes Brandão já encontrou a matriz construída. Era uma edificação baixa, pesada e de parede de metro de largura . o mestre construtor não observou um estilo preciso nas linhas de sua estrutura. Apresentava capela-mor, nave central, corredores laterais, patamar espaçoso e calçadas laterais de proteção. Houve certamente no correr dos anos reparos, mas a igreja conservou suas linhas primitivas.
Edificaram depois a igreja do Rosário, que segundo informações era o templo dos escravos. Construída num terreno em declive ostentava uma escada de alvenaria para se alcançar o patamar. Estava em ruínas e foi demolida no paroquiato do padre Severino Cavalcante de Miranda.
O Padre José Antunes Brandão era cearense, da região dos Imanhuns. Foi depois de ordenação coadjutor da freguesia de Arneiroz (ABREU, 2, p.21), indicado para reger a freguesia de lagoa Nova onde seu paroquiato se dilatou por bastante tempo. Chegou, gostou do clima, e do povo e se ligou por laços de amizade a comunidade da terra, que adotou como se fora sua. Distante da família sentia nostalgia e julgou que a presença de familiares lhes amenizaria a solidão. Mandou vir seu sobrinho José Hervasio de Carvalho que se integrou a sociedade local. Posteriormente outros seus parentes, Victor Agostinho e Abílio Tavares Romero chegaram e ficaram em Alagoa Nova.
Foi coadjutor, em1863, o padre Tranquilino de Araújo Rosas.
O meio era pacato e o vigário, economicamente equilibrado, conseguiu amealhar haveres durante seu longo paroquiato. Filiado ás hostes do partido conservador se elegeu deputado estadual em 1876-77, pela 21vigesima primeira legislatura. Adquiriu por compra a D. Izabel Caetana de Sant´Ana, viúva de João freire Mariz, as propriedades Pau D´Arco e Bacupari pela importância de um conto de réis, o sobrado (hoje residência de Oscar Veloso) e a casa vizinha pela importância de duzentos mil réis. Essa transação foi efetuada em 23 de setembro de 1887 (91).
Compareceu e foi o Mestre de cerimônia da solenidade da inauguração e benção da igreja matriz de campina grande, em 8 de dezembro de 1881. Era vigário de campina Grande o padre Luis Francisco de Sales Pessoa, um bisneto do capitão José de Abreu tranca, o primeiro sesmeiro de Alagoa Nova.
Leão XIII criou a diocese da Paraíba em 27 de abril de 1892 e nomeou seu primeiro Bispo, em 2 de janeiro de 1893.
A escolha caiu em Adauto Aurélio de Miranda Henrique, que foi sagrado Bispo, em 4 de março do mesmo ano. Era Dom Adauto um espírito brilhante, cheio de idéias novas e renovadoras.
Observou Dom Adauto que o Cônego José Antunes Brandão já não possuía condições físicas de atender as atividades e injunções da paróquia, que cobria apreciável área de terrenos bastante acidentados. Nomeou para ajudar nas tarefas da freguesia, como pró-pároco, o padre Simão Fileto Patrício da Costa, em 1903. O vigário não gostou da atitude do Bispo. Acatou a decisão, mas se mostrou desgostoso e bastante amargurado.
Em 1904 foi nomeado vigário da freguesia o padre Jerônimo César Falcão. Novos dissabores e desilusões para o velho pároco. Os amigos prestavam solidariedades admirativas e tentavam cercar o velho cura de estima e apoio. Sua situação econômica era satisfatória, mas não esquecia o desprestigio e a disponibilidade. “A União” de 22 de março de 1914 publica um protesto assinado pelo Cônego Vigário José Antunes Brandão contra o ato de venda efetuado por seus parentes Victor Romero, Abílio e Ladislau Gabínio de Carvalho que, venderam sem sua anuência, gados que lhes pertenciam, pela importância de dezoito contos de réis. Foi seu canto de cisne. Acabrunhado por desgostos e com idade provecta faleceu, em 1914.
A Igreja era feia, pobre, mas acolhedora. A População dentro das limitadas possibilidades cooperava com serviço do culto e com melhoramentos que conservavam a estrutura do templo. Realizou Dom Adauto, em 1907, a primeira visita Pastoral a freguesia. Foi um acontecimento. Pregaram as missões tão do agrado da população simples, Frei Celestino e Gaudioso. Eram capuchinhos e marcaram com suas prédicas de fé e caridade o espírito religioso do povo da freguesia. Houve durante a visita crisma, casamentos e grande numero de comunhões. Padre Jerônimo foi incansável e assinalou com esse acontecimento sua passagem pela freguesia. Data dessa época o Livro de Tombo da Paróquia.. Ocorrência e fatos marcantes da vida da igreja anteriores a essa data se perderam, já que não foram registrados. A paróquia possuía como patrimônio e propriedade Capim - Açu, mas não tinha uma casa para a residência do vigário. Obteve Padre Jerônimo autorização eclesiástica para vender o Capim – Açu e adquiriu uma casa para a paróquia.
O Padre João Borges de Sales nasceu em Esperança, que na época integrava a freguesia de Alagoa Nova. Era um 3º neto do sesmeiro José de Abreu Tranca . Chegou imbuído de grandes intenções. Durante seu curto paroquiato conseguiu moveis de madeiras para guarda ornamentos e alfaias e um nincho para exposição do Santíssimo.
O Padre Severino Cavalcante de Miranda tentou remodelar a vetusta matriz. O Projeto era em linhas góticas e arrojado. Tentou equilibrar as deficiências orçamentárias conservando, ao Maximo, a estrutura antiga. Rasgou paredes, elevou o pé direito, abriu elegantes ogivas e ao ser transferido da regência da freguesia entregou a população católica o altar-mor e naves laterais concluídas. O projeto se mostrou ousado para a conjuntura da época. Oferecia o conjunto e suas linhas, certa nobreza. Guardava da igreja anterior o defeito, que não foi possível corrigir: era esconsa e fora de esquadro.
O Padre José Borges de Carvalho é filho de alagoa Nova. Penta –neto, pelo lado paterno, de José de Abreu Tranca e parente pelo lado materno, do vigário José Antunes Brandão.
Iniciou seu paroquiato em janeiro de 1937. Remodelou, em1938, a casa de residência do Vigário. Em reunião realizada na matriz, em 1938, apresentou o plano de construção de uma matriz, que atendesse as necessidades da população católica da Cidade. Lançou a idéia e pediu o apoio do povo.
Entregou plano ao projetista para confeccionar plantas, que permitissem a seleção de um projeto que atendesse as necessidades locais.
Aprovada a planta e escolhido o local principiou a sua concretização. No dia 23 de março de 1939 era lançada a pedra fundamental. Foi um dia de festa. Concluídas as fundações subiram as estruturas de alvenaria, a torre se eleva e já alcançada a altura da cúpula, quando ocorreu o imprevisto. O material empregado não suportou o peso da obra surgiram fendas denunciadoras de perigo. O mestre de obras, encarregados da construção, não tomou as merecidas providências.
Havia um “suspense” no meio da população. A queda da torre era comentários de todos. Contam que João Guimarães, fotografo residente na cidade, sonhara coma queda da torre e contara a varias pessoas sua premunição. As fendas existentes gritavam existir perigo iminente e o chefe da obra contemporizava. Às 11 horas do dia 04 de abril de 1940, a torre sofreu um indescritível esmagamento e ruiu. Sob seus escombros permaneceram trabalhadores, que perdera a vida.
O Vigário estava em Matinhas, e regressou as pressas para orientar os serviços de retirada dos escombros. A consternação era geral. Surgiu o primeiro corpo, depois outros, somando o total de 03(três) vitimas. Enfrentou o padre o grande e doloroso pesadelo. O Momento era de amarguras, sofrimentos e comportavas criticas. Havia a incompreensão de muitos e o apoio decidido de grande maioria. Veio o problema das indenizações das vitimas. Não havia numerários, mas não faltou a colaboração de pessoas sensíveis aos grandes momentos.
De base de granitos a torre voltou a ser erguer em busca das alturas. A festa da cumieira ocorreu no dia 04 de maio de 1943. O Traumatismo havia serenado e em junho a igreja recebeu sua coberta de telhas do tipo francesa. As cicatrizes relembravam os intantes difíceis. O serviço de acabamento prosseguiu lento, dentro do cronograma da disponibilidade financeira. Em 19 de dezembro de 1943 a igreja benta por Dom Moises Coelho.
O interior do templo é pobre. Os arcos romanos exibem discreta imponência. Ostenta o arco do altar-mor em suas extremidades, a primeira e a ultima letra do alfabeto grego.Encerram o Alfa e o Omega o simbolismo filosófico dos primeiros princípios e das ultimas causas. A igreja guarda em sua humilde simplicidade muito de pastoral e convida os fieis a reflexões, a orar e a agradecer. Seu idealizador e realizador Monsenhor José Borges de Carvalho faleceu no dia 23 de fevereiro de 1980, depois de um paroquiato de 43 anos de trabalho e de dedicação a igreja e aos seus conterrâneos.
Assumiu, temporariamente, as funções de vigário, em 1º de maio de 1981, o padre Moises Miranda Barreto SJ, que a 20 de setembro do mesmo ano, transferiu o cargo ao padre José Acirio de Medeiros. Ocorreu a 1º de Janeiro de 1983 a posse do Padre Clemente Tressor, que em janeiro do ano seguinte transferia as funções ao Padre Carlos Beylier.
Prolongou-se, ate 10 de janeiro de 1987 o paroquiato Carlos Beylier e assumiu o cargo o Padre Luiz Vandaele, passando o seu cargo para o Padre Lourildo Soares da Silva no ano de 1988 que ficou sendo o pároco de Alagoa Nova durante 08 anos, ate o dia 26 de janeiro de 1997 e foi transferido, e em 04 de abril de 1997 chega na cidade de Alagoa Nova o Padre Antonio Anchieta Cordeiro que continua os trabalhos pastorais de Lourildo Soares da Silva e que foi transferido em 26 de janeiro de 2002. O Atual Vigário é o Padre Francisco de Assis Meira. Esses Párocos contaram com a colaboração do Diácono Ladislau Nogueira de Lima.